Fatos, fotos, palavras. Verdades e mentiras. Ou seria verdade? Ou mentira? Tudo passa ou fica? Esta página é de confissões e indagações. De amor e ira. Todos os pecados cabem aqui. Às vezes sobram.
terça-feira, 6 de julho de 2010
SÓ CINZAS
IZA CALBO
Este ano não tem fogueira
Nem milho na brasa
Nem sua alegria de menino
A brincar de fogos
Não tem mais nove gatos
Nem a noite imensa do passado.
Este ano não vamos ver o mar
Nem vamos nos amar
Quando quase amanhecer
Você partiu
Eu fiquei
Sem nada a declarar
Com dois gatos
Sem milhos na brasa
Nem fogueira para te ver queimar fogos
Apenas eu
Os gatos
E a noite aprisionada
Numa lua por entre nuvens
Esta sim quase como no ano passado
No mais
Nem sua camisa quadriculada
Nem nossos chapéus
Para brincar de guardar fotos
Que já deletei há alguns meses
Você com ela
Eu aqui
Só e aqui
Simplesmente saboreando
Gotas de licor
E tentando entender
Porque tudo sempre acaba
Como não vou entender nunca
Deito-me na cama
E tento não me lembrar de mais nada
Porque não vale a pena
Porque você não vale a pena
Da minha saudade
Em cinzas tecidas.
Pronto. Adormeci!
Foto: Arquivo pessoal
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