segunda-feira, 30 de agosto de 2010

BILHETINHO



O fato de não estarmos mais juntos,
não impede que o amor permaneça.
Deixemos tudo como está.
Eu sou uma pessoa independente e,
ainda que me sinta só às vezes,
sei que sua companhia estará sempre comigo.
Somos uma prece.
Somos os mesmos de quatro anos passados.
O sentimento ainda pulsa e isso é o que importa.
Não esquenta a cabeça.
Não se divida.
Eu me cuido.
Eu me amo.
E, por me amar,
te amo sem cobrar absolutamente nada.
Fica o tempo que for preciso.
Volta se quiser.
Faz cada coisa a seu jeito.
Como dizem os sábios:
o que é do homem o bicho não come.
Ouvir tantas coisas lindas,
já valeu o dia,
a noite e até a ausência física.
Porque a presença que não se vê
é, não raro, maior e mais importante
do que aquela que devora o cotidiano
e vai matando o amor aos poucos.
Beijos, beijos e mais beijos.
Cuida de você.
E, se não tiver tempo,
deixa que eu cuido de nós dois.

Pelos dias 23 e 24-agosto-2010
Lembra sempre: É Isso Aí!

DEFINITIVO


IZA CALBO

Deixe-me só.
Não queira saber de mim.
Eu sequer existo.
Não pense que se aconteceu algo, isso representou realidade.
Sente a areia movediça acima dos teus pés,
enquanto o sol de agora me esquenta a nuca.
Beija a boca que estiver mais perto da tua,
porque meus beijos não estão à mercê de desejos escassos.
Cata o lixo espalhado pela casa e se suja na lama que te segue.
Eu não quero nada além que não seja belo, limpo e puro...
E, sinceramente, muito menos alguém que me encha o espaço com mentiras.
Reveja as datas.
Tuas contas estão todas erradas.
E não apareça para buscar os trapos velhos...
Minha porta mudou de lugar.

Imagem: WEB

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O DOM DO SILÊNCIO



IZA CALBO

Escuta o silêncio.
Há mil falas no que pensamos não ouvir.
Atenta...
Coloca teu sentido para apurar o não dito
O que calamos quando a vontade era a de explodir.
Ouve cada barulho que não nos é dirigido
Que é simplesmente lançado no espaço sem endereço e, muitas vezes,
por remetente desconhecido.
Tenta captar o som que não incomoda
E aquele que invade o cérebro como música que não se deseja ouvir.
Sente cada nota não tocada
Cada xingamento não dirigido
Cada fala entrecortada pelo vento
Por transeuntes desconhecidos nos passeios das ruas
Senta num dos bancos da igreja
E ouve a prece que não se diz, mas se faz
Ainda que em nada mais se creia
No dia em que aprendermos a viver em silêncio
Talvez aprendamos a escutar o que grita o nosso coração
Neste dia, apenas neste dia, seremos sábios
E quando nada mais houver para ouvir
E o coração, como nós, silenciar
É porque, neste instante, tropeçamos com a paz
Sem alarde, sem buscá-la,
Apenas porque aprendemos a ouvir o
Que somente ao coração é dado o dom de pronunciar
Sem buscar evocar belas palavras ou mentiras vãs.

26-ago-2010
IMAGEM: Web

terça-feira, 24 de agosto de 2010

NAS ASAS DO ANJO



IZA CALBO

Te rever, tocar
sentir que o tempo não existiu
Reimprimir os sentidos e os sentimentos
Ressentir só amor... sem mágoa
Retomar o tesão e tocar teus lábios
E quase morrer nos Teus/ Meus beijos
Te fazer cafuné e, até,
te tomar nos braços como sendo apenas Um
Como se nunca tivéssemos estado longe
Como se o AGORA fosse o SEMPRE... E É!