sexta-feira, 21 de maio de 2010

PERDIDA



Terá sido amor a aflição agora refém da minha alma?
Ou não terá sido nada?
Quem sou eu? Quem és?
Por onde andas neste instante se pareces a dois segundos de mim,
Mas já partiste há meses?
Por que brincaste de me fazer sentir?
Que motivo tinhas para me deixar tão loucamente só?
Dei-te colo, abrigo, aconchego, carinho?
Dei-te minhas mãos para que saíste daquele beco sujo.
E tu? Me desde esperança, certezas que não tinhas
E até sonhos para sonharmos depois de amanhã
No entanto, nada era real. Tua teia de mentiras acabou
sufocando
O ar já sufocante do cotidiano.
Pedi-te presença dias seguidos e não atendeste aos meus apelos
Ainda assim oro por ti
E quero-te bem mesmo sem que mereças
Sinto enormemente a tua falta
E adoraria rir das tuas bobagens de menino
Empinando pipas remendadas
Dei-te o quase eterno de mim
E, de volta, recebi a extrema-unção por estar viva
E absolutamente jogada a esmo.

Um comentário:

Márcio Evangelista dos Santos disse...

Oi, Iza! Continuo te lendo e me deleitando com as pérolas que tira do cotidiano, embora melancólicas e catárticas, mas de grande valor literário. Parabéns! ABRAÇOS, Márcio.www.marcioevangelista.blogspot.com